sábado, 13 de março de 2010

Dia 0 -- Curitiba, São Paulo, Chicago, Lincolnshire (Ufa!)

Primeiro de um longo dia aqui nos EUA. Um dia que está durando até agora umas 36 horas. Saída de Curitiba, escala de 5 horas em São Paulo em embarque para Chicago nove horas de vôo!

Da saída de Curitiba a nota fica para a informação errada a cerca do portão de embarque e o atraso em função dos passageiros colocarem nos compartimentos da bagagem de mão as malas grandes. À medida que as pessoas iam embarcando o espaço nos bagageiros acabou e foi um problema para alguns arranjarem espaço. Eu, levei minha mochila debaixo do banco. Quanto ao portão de embarque, acho que eles escolhem um perto da região de embarque onde supostamente você deve embarcar, pois chegando lá ninguém sabia dizer ao certo onde seria o embarque (eu sempre confirmo quando chego no portão se é lá mesmo). Quase na hora do embarque alguém berra o número do vôo do portão e corre-se para se formar a fila, de novo, pois ela já estava formada no portão previamente informado...

Na chegada em São Paulo tudo tranquilo, não fiz quase nada... Depois de desembarcar fui direto para o balcão de atendimento da United Airlines (UA daqui para frente, para os íntimos) buscando acertar tudo rapidamente e ter algumas horas para lanchar e comprar os últimos presentes. Desembarquei pouco mais de 5 da tarde, entrei na fila do balcão da UA dez para as seis. Meia hora passadas na fila descobri que o balcão abriria apenas às 19 horas! Somando uma hora de espera! O atendimento foi o mais obscuro possível. Uma atendente nos interceptando no meio do caminho para o balcão de embarque fazendo perguntas vagas a respeito do vôo. Nesse momento vi alguns americanos que esperavam começaram a se irritar.

Mas tudo bem, passamos pela primeira linha de defesa e depois que essa primeira atendente imprimiu as informações do meu vôo e verificou meu passaporte fui encaminhado para um segundo balcão, onde faríamos a reserva do vôo propriamente dita. Mais uma vez, informações do vôo impressas, passaporte verificado e estava com o ticket em mãos, que deve ser carimbado pela Infraero no caso de vôos internacionais. Isso já eram quase 20 horas da noite.

Corri para pegar um garrafinha d´água -- estava suando em bicas, fazia 33ºC em SP e zanzando de um lado para o outro. Corri para a livraria, comprei o último presente e corri de novo para a fila do embarque internacional. Uma fila quilométrica! Parecia um êxodo! Uma fuga em massa! Tinha gene de todo o tipo lá! Até o Sérginho Malandro!

Uns 20 minutos foram gastos nessa fila que serpenteava o portão de embarque internacional. Tudo para ter as informações de vôo verificadas, passar a mala no raio-X e ter o passaporte novamente verificado.

O embarque para Chicago seria no portão 4A. Desci solicitamente ao portão 4A. Fica num salão no nível da pista, de uns 500 m². Superlotado. Brasileiros, americanos, chineses, argentinos (um time juvenil de algum esporte coletivo fazendo algazarra -- imagine, um argentino já é irritante, imagine um bando de adolescentes argentinos, faz a palavra genocídio fazer sentido -- brincadeirinha). Um calor insuportável. Tudo fechado. Me dirigi ao portão 4A, só para não perder o hábito de confirmar se o vôo UA 842 seria por lá às 21:15 como indicava meu ticket de embarque.

"Não sei lhe informar senhor, o senhor deve verificar com alguém da TAM". Detalhe, ela era funcionária da TAM como indicava o reluzente crachá. Bom, paciência, vamos ficar por aqui e quando der umas 9 da noite alguém vai anunciar o embarque do meu vôo. 20:50 e nada. 20:55 e nada... 21:00 e nada... Eu já quase entrando em pânico pensando que perdi o embarque do meu vôo. Volto à mesma funcionária do início desse parágrafo e faço exatamente a mesma pergunta (acho que ela não me reconheceu) e ela me informa que o embarque será no portão 4B, logo ao lado. "Menos mal" eu pensei "pelo menos não perdi o vôo". Fui me lavar no banheiro para embarcar e logo depois fui ao portão 4B, perguntar que horas se daria o embarque.

"O embarque para o vôo UA 842 com destino Chicago se dará pelo portão 4C, senhor". Hummm, que rápido. OK, fui esperar ao lado do portão 4C, afinal de contas, era o próximo logo ao lado. Ao lado do time argentino de qualquer esporte que estavam fazendo algazarra... Tá louco viu... Com sono, cansado, louco por um banho e ter que aturar isso. Paciência.

21:20. Algo acontece! Do nada 6 funcionários vestindo camisetas trazendo mesas e detectores de metais montam em poucos minutos uma central de inspeção de bagagem e passageiros! Uau! Que rápido! Rápido nada... Depois de montar as mesas eles e põem a conversar, alegremente, pois as gargalhadas são audíveis a uns 12 metros, onde estou... Aguentando os argentinos...

Percebo que os seis novos funcionários começa a vestir luvas cirúrgicas. Pronto! Me fudi! (perceberam o trocadilho?) Mas logo veio o alívio, seríamos revistados pelos detectores de metal e teríamos nossa bagagem revistada, apenas! O embarque levaria ainda mais tempo... Os americanos começaram a reclamar. Assim que entrei na fila, isto é, assim que fui autorizado a entrar na fila depois que a 1ª, a 2ª e a 3ª classes embarcaram, uma americana visivelmente irritada (ela estava vermelha e olhado para o lados) faz contato visual comigo. E dispara um monte de coisas sobre o Brazil: "Por que duas revistas? Por que dois check-ins? Isso aqui é uma zona, isso aqui nunca aconteceria nos EUA! And Blah, Blah, Blah" (notem, traduzi o "e blá-blá-blá" para inglês) quando eu respondi para ela, em inglês, que concordava com ela, ela abriu um sorriso... Seus olhos se encheram de lágrimas e foi aí que compreendi que ela foi compreendida... (mentira, ela não parava de reclamar).

Finalmente embarquei no 767 da Boeing com destinho Chicago, IL. O vôo foi tranquilo, exceto... Meu monitor de acento não funcionava completamente, não conseguia ver filmes, só ouvir musica e ver o mapa de deslocamento do avião (para uma viagem tão longa só se nota algum progresso depois de horas... a coisa mais entediante do mundo!). Algumas turbulências me manteram acordado durante o vôo. Fizemos um lanche, jantamos e tomamos um café da manhã logo antes de aterrisarmos. O ponto marcante do vôo foi um dos atendentes, a cara do Tom Hanks, daqui uns 15 anos, juro por Deus. Olhos azuis, barba e cabelos brancos. Parecia o ator no filme "Náufrago" (o que não deixa de ser perturbador uma vez que o filme se desenrola depois de um desastre aéreo) mas bem mais velho. Estava morrendo de vontade de tirar uma foto com ele para vocês verem, mas a irritação deles conosco era tão grande que resolvi deixar pra lá... Menos um para incomodá-lo.

Pousamos no O'Hare Chicago International Airport. Estava quase infartando de medo de passar na imigração, falar alguma bobagem e ser deportado junto com os Mexicanos. Recolhi minha bagagem, e passei pela imigração. O agente perguntou o que vinha fazer aqui, respondi a verdade, que vinha fazer um treinamento. Quando ele perguntou o tempo que ia ficar eu respondi 2 meses e os olhos deles se abriram (ele é oriental). Disse o nome da empresa, meu cargo e blá-blá-blá (não traduzi numa tentativa de contextualizar o pânico que sentia no momento... Acho que não falava inglês nesse momento, eu não me lembro muito bem dele...). Mas passei! Triunfante pela imigração! Estou livre para entrar nos EUA!

Ledo engano!

Minha bagagem ainda seria revistada novamente. Mas apenas seria. O agente me perguntou se trazia na bagagem alimentos, animais, plantas e mais outras coisas, tudo o que já tinha respondido no formulário de entrada, isto é, apenas café, de presente a pedido dos colegas aqui dos EUA.

Meu coração disparou, pois o agente fez uma cara pensativa. O que parecia ser aleatório, os passageiros no ponto onde eu estava ou eram liberados ou passavam por mais uma vistoria. Fez uma cara pensativa e disse "please, follow straight ahead". Pronto, acabou!

Peguei o táxi com o simpático Rafi Ahmed, um simpático e falante paquistanês morando a mais de uma década em Chicago com sua família, mas ainda com sotaque. Me senti em casa. Não sei se vocês sabem, Paquistão e Índia eram um único país antes de 1947, a independência Indiana da colonização britânica (como eu já sabia e me fez lembrar Rafi). A fisionomia, o sotaque e o aroma que tomavam conta do táxi me fizeram me sentir em casa. Posto a foto dele assim que transferir as fotos da máquina para o laptop. Esqueci o cabo no Brazil e não estou a fim de voltar para pegá-lo tão cedo.

Cheguei ao meu hotel, quebrado de cansaço. Peguei minha chave e subi. Depois conto os detalhes. Minha última refeição foi às 06:40 do horário local. Agora são 14:10 da tarde. Preciso encontrar algo para comer nesse vazio que é isso aqui. Detalhes em breve. Ah! O apartamento é excelente!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Notícias do dia

Hoje devo fazer minha biópsia!!!
Essa aqui é uma nova postagem no meu blog...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Raikkonen na Red Bull

Acho que Raikkonen seria mais feliz na Red Bull. Só uma idéia que me veio à cabeça. Imaginar como seria o comportamento do finlandês em uma equipe mais discontraída...

Sim, meu primeiro post sobre F1, sobre o Raikkonen, é que gosto pra caramba dele.

Depois tento deixar este blog com uma cara mais de corrida...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Despedida

Despedidas sempre são difíceis.

Especialmente quando nos despedimos de um sonho. Contra a vontade.

Hoje me despedi de uma vida que não frutificou. Um pedaço dela, que se realizou, fica agora no passado. O outro pedaço, sonho passado.

Ficará tudo na lembrança.

As chaves foram entregues.

domingo, 24 de agosto de 2008

Os Jogos foram Fantásticos

A despeito de toda a controvérsia política, os Jogos de Pequim foram fantásticos!

Creio que os Jogos Olímpicos, o espírito Olímpico principalmente, são provas claras de que nós seres humanos podemos alcançar algo maior. Se a política, a religião e as guerras não conseguiram trazer paz para esse nosso mundo, só nos resta o esporte, o espírito esportivo.

Os Jogos de Peguim vão ficar na minha memória, assim como os de Barcelona - os primeiros Jogos que realmente acompanhei. Os Jogos de 2008 foram perfeitos; incluindo-se uma quantidade incrível de recordes quebrados.

Mas infelizemente a chama Olímpica, o Farol para a humanidade, se apagou depois de 16 dias. Foram 16 dias em que a humanidade pôde e foi um pouco melhor. Esperarei ansiosamente pela nova chama Olímpica sendo acessa e se dirigindo para Londres.

Aliás, para mim, 2008 se mostra uma lição de que coisas boas podem um dia se acabar. Acho que como tudo nessa vida, a vida inclusa. Um dia tudo acaba. Mas, pode-se se renovar, em outros lugares, em outros tempos. Talvez em outras vidas.

Vou sentir falta dos Jogos Olímpicos, mas já estou esperando pelos próximos!

Homenagem toda especial no post imediatamente anterior aos atletas. Todo e qualquer crédito vão para eles, que estiveram e lutaram na arena. Apenas quem está na arena merece o crédito.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

In the Arena

"It is not the critic who counts; not the man who points out how the strong man stumbles, or where the doer of deeds could have done them better. The credit belongs to the man who is actually in the arena, whose face is marred by dust and sweat and blood; who strives valiantly; who errs, who comes short again and again, because there is no effort without error and shortcoming; but who does actually strive to do the deeds; who knows great enthusiasms, the great devotions; who spends himself in a worthy cause; who at the best knows in the end the triumph of high achievement, and who at the worst, if he fails, at least fails while daring greatly, so that his place shall never be with those cold and timid souls who neither know victory nor defeat."

Theodore Roosevelt
26th President of the United States
CITIZENSHIP IN A REPUBLIC
"The Man In The Arena"
Speech at the Sorbonne
Paris, France
April 23, 1910